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sexta-feira, 10 de agosto de 2012

IRUN


Torneia rosto, corpo e identidade
Se alia a parceiros de feminilidade
Atende a comandos de mãos próprias e alheias
Exceto o de se inclinar
Não se curva
Não esmorece
Frente à subserviência, se avoluma
Beleza transcendentemente crespa 
A moda das lutas diárias
Tendência nas passarelas da resiliência
Da menina-mulher-da-pele-preta
Do menino-homem-dos-lábios-fartos
Rebeldes padrões que esterelizam diversidades
Subvertem a natureza
Duros ferros aquecidos que alisam fios
Acorrentam mentes
Ruins gentilezas formolmente amoníacas
Desfazem tranças
Entristecem nagôs ancestrais
A fé o regenera
Por sacro-navalhas, a queda
O Orí às águas entrega
Firma Eledá


Ora-ção


Todo Orixá dia
Toda Orixá hora
Roga pra que sejam Orixaficados os seus passos
Canta pra que Ogum esteja sempre no seu caminho
Entrega a Tempo todos que lhe querem mal
Ejé de Adié tem poder
Axé!