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sábado, 2 de abril de 2011

Nunca tão inteira, nunca tão mulher.



Eu nunca engravidei, mas tem persistido em minha cabeça o pensamento de como deve ser estar grávida. O mais esquisito é ter a sensação que esse pensamento é uma lembrança, como se eu já tivesse passado por essa experiência e agora estivesse resgatando esse momento. É uma  coisa boa, linda, leve. Só dói quando me dou conta que não é real.

Até agora nem entendi esse sentimento maternal tomando conta de mim. E não adianta especular por que não há possibilidade de gravidez. 
Só resta a agradecer por ter sido presenteada com a condição mágica de ser instrumento da fertilidade, do amor no ventre, do poder de parir gente, do ser mulher.

Ora yê yê, Oxum.
Minha mãe, minha benção, meu colo, minha referência.
Minha reverência a ela que ama e guerreia com as cores da riqueza, o reflexo do feitiço e as águas do amor.

E nessa de sentir, agora eu sou só isso, que não é só. 
Sou inteira, sou mulher.